Sebastião Salgado e o retrato da realidade social

Talvez um herói. Para muitos um dos únicos homens que conseguiu mostrar a verdadeira realidade do pedaço excluído do Brasil e do mundo: Sebastião Salgado é muito mais que um fotógrafo. Mineiro de origem, um dos fotojornalistas mais respeitados da atualidade foi conhecer a fotografia com 29 anos. Trocou então a profissão de economista, onde trabalhava na Organização Internacional do Café, em 1973, pela fotografia, inicialmente usando emprestada a câmera fotográfica de sua mulher, Lélia Wanick Salgado. Seu principal foco é fotografar a camada de pessoas excluídas da sociedade. Trabalhando sempre com fotos em preto e branco, Sebastião “espera que a pessoa que entre nas suas exposições não seja a mesma ao sair”. Ele acredita que “uma pessoa comum pode ajudar muito, não apenas doando bens materiais, mas participando, sendo parte das trocas de ideias, estando realmente preocupada sobre o que está acontecendo no mundo”. Suas fotos demonstram, talvez, certa sensibilidade em retratar muitas vezes olhares de dor, esperança, medo, angústia. Ele consegue colocar em suas imagens histórias de um país, de sua cultura e do cotidiano de cada habitante. Para quem ainda não sabe, cada livro seu trata de um tema específico, geralmente polêmico e pouco abordado no dia-a-dia social. Confira as fotos:

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Foto capa do livro Terra, que mostra o olhar sofrido de uma menina em um acampamento de Sem-Terra em Rio Bonito do Iguaçu, no Paraná. Na época Salgado dedicou o livro às milhares de famílias de brasileiros sem terra que sobrevivem em acampamentos improvisados às margens das rodovias.

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Me perguntaram o que poderia dizer sobre o livro de fotografias “Africa” de Sebastião Salgado. O que você tem a dizer sobre as fotos? […] Pausa profunda…Sebastião: Tem coisa que sentir apenas basta.Foto do livro África (2007).

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Uma de muitas imagens feitas pelo fotógrafo em mais de quarenta países, por quase sete anos, publicadas no livro Êxodos, onde registra movimentos de pessoas que, presos a conflitos bélicos, étnicos ou nacionalistas, são empurrados para outros lugares, para outros mundos.

As fotografias de Sebastião Salgado falam por si só. Cruzam diferentes locais e culturas para, de fato, contar uma única história: uma história de exclusão, indiferença, tristeza. Mas também uma oportunidade de mostrar para o mundo que existe, realmente, pessoas que encontram-se nessa situação de vida. Seja para reafirmar a existência de situações muitas vezes dramáticas ou tomando as fotografias como oportunidade de crítica social, Sebastião diz que ” Mais do que nunca, sinto que a raça humana é somente uma. Há diferenças de cores, línguas, culturas e oportunidades, mas os sentimentos e reações das pessoas são semelhantes. Pessoas fogem das guerras para escapar da morte, migram para melhorar sua sorte, constroem novas vidas em terras estrangeiras, adaptam-se a situações extremas”. Boa frase para refletir.

2 pensamentos sobre “Sebastião Salgado e o retrato da realidade social

  1. maria disse:

    Gostei muito do artigo, parabéns pela proposta de mostrar esse grande fotógrafo brasileiro.

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